Caio, recebeu um convite tentador na semana passada: naturalizar-se e atuar pela seleção da categoria sub-20 americana.A oferta pegou Caio de surpresa. Longe dos Estados Unidos desde 2006, quando veio tentar – e conseguir – a carreira de jogador profissional de futebol no Brasil, o atacante recebeu a novidade com um misto de orgulho e animação:
– Fiquei muito feliz com o reconhecimento e com a lembrança deles. Fui artilheiro lá. Mas o sonho mesmo é jogar pela Seleção Brasileira e tenho treinado para valer com esse objetivo em mente.
Caio demorou para identificar na sua caixa de e-mails as duas mensagens do seu técnico nos Estados Unidos, Richard Brannigan, que intermediou a proposta. E foi bem sincero na resposta.
– Disse a eles que minha prioridade, no momento, é o Brasil. E estou muito contente por ver que, mesmo assim, as portas continuam abertas para mim –comentou.
TRAJETÓRIAO assédio da Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSF) a Caio não é gratuito. Quando morou no país, de 2000 a 2006, sua participação nos torneios escolares já havia chamado a atenção e rendeu sua primeira convocação para a sub-15. Mas por problemas burocráticos ele não pôde se apresentar.
– Houve um conflito com as regras por causa da escola em que eu jogava, que tinha um número pequeno de alunos. Acabei ficando fora – explicou o jogador.
Outra demonstração de prestígio foi o assédio de cinco tradicionais faculdades americanas – entre elas, Harvard e UCLA, que ofereceram bolsas de estudo ao jogador:
– Foi uma loucura, o telefone lá em casa não parava de tocar. Uma queria oferecer mais que a outra.
Caio, por ora, está com a cabeça voltada para a Seleção Brasileira, mas diz que, se no futuro não tiver chances de vestir a Amarelinha, defender as cores dos Estados Unidos não provocaria nenhum mal-estar:
– É um país que eu admiro. Eles são muito organizados, lá lei é lei e ponto final. As pessoas sempre foram muito legais comigo.
Caio fez o caminho inverso do sonho americano. Pelo jeito, o sonho americano é que não quer deixá-lo.
Botafogo desconhecia proposta do EUA para Caio:
Caio preferiu não conversar sobre a proposta que teve dos EUA de naturalizar-se americano para defender a seleção sub-20 com a diretoria do Botafogo, por enquanto. O atacante tem contrato com o clube até dezembro de 2014.
– Não quis falar nada porque o convite está em aberto e não dei nenhuma resposta concreta aos americanos – explicou o jogador.
O técnico Joel Santana, conhecido pelo seu estilo paizão, também não tomou conhecimento do convite, mas Caio imagina a reação do treinador:
– Ele não vai querer que eu vá. Se bobear me amarra até no pé da mesa. Imagina, ele não quer nem que eu vá morar na Barra (Zona Oeste do Rio de Janeiro). Ele diz que lá é antro de perdição para os jogadores – brincou o atacante.
Joel: " Acho que é melhor ele ficar!"
Joel Santana foi pego de surpresa sobre o interesse dos EUA em naturalizar Caio para que ele defendesse a seleção americana na categoria sub-20. Após ver a notícia , o treinador alvinegro ainda não teve tempo de conversar com jogador.
No melhor estilo paizão, Joel afirma que irá conversar com o atacante assim que tiver oportunidade, possivelmente ainda nesta terça-feira. Segundo o treinador, Caio deve permanecer mais tempo no Botafogo.
- O que vocês sabem eu sei. Só li pelo jornal. Hoje vou ter a oportunidade de conversar com ele e saber que história é essa. Vamos ver o que é melhor para ele, mas eu não acho que ele vai sair. Ele está bem. Ele participou de todos os jogos. Quando eu estava para sair do Botafogo ele foi um dos jogadores que pediu em particular para eu ficar. Agora ele vai me devolver isso - lembrou.
Joel não medirá esforços para ajudar Caio a escolher o melhor para o seu futuro. Caso necessário, o comandante alvinegro irá recorrer as pessoas ligadas ao atacante, acreditando que o jogador ainda precise amadurecer.
- O Caio precisa amadurecer um pouco mais, ele está em fase de entressafra. Primeiro ele tem que criar raízes dentro de sua formação de jogador. No futuro ele vai ser ídolo de um clube e talvez chegue a Seleção. É melhor ele ficar mais um pouco, essa é a minha opinião. Vou conversar com ele, se for preciso com o pai, com o empresário dele que eu conheço há anos - comentou.
Créditos: Lance!
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